quinta-feira, 31 de julho de 2008

PARA QUANDO EM DVD?


U2 – Live at Red Rocks – Under a Red Blood Sky
Ao que parece, a edição em DVD não tarda. Acontecerá na Europa a 18 de Agosto, em versão deluxe, para comemorar um bocadinho depois da hora o 25º aniversário sobre o mágico concerto no fantástico anfiteatro (deve ser...) de Red Rocks, ocorrido em Junho de 1983.

Quando lemos relatos de memórias de pessoas que choraram a ver o concerto dos U2 em Vilar de Mouros, em 1982, teremos toda a legitimidade para achar tal comportamento lamecha se não virmos o VHS deste concerto em Denver, efectuado no ano de edição de War. Em anos conotados com um certo nihilismo dentro da secção musical mais arrojada, aquela actuação era um outro ar: uma injecção de optimismo de quem fazia de cada actuação a noite mais importante da sua vida.

“Se os Sex Pistols mandavam foder toda a gente, os Joy Division diziam porque estavam fodidos”. Mas se os Joy Division diziam que estavam fodidos, os U2 diziam que já não queriam estar mais fodidos. E faziam por isso, como em Red Rocks, num clima de pré-motim e com uma garra que os próprios não conseguiriam igualar nas fases seguintes.
Já era tempo de Live at Red Rocks deixar de ser uma peça de antologia dos tempos do videotape. Ainda bem.

terça-feira, 29 de julho de 2008

AS MELHORES OBRAS DE SEMPRE EM DVD

Lista em contagem decrescente, inspirada num trabalho de selecção dos 50 melhores DVDs de música para votação que decorreu no Cotonete.
74º The Who - Amazing Journey: The Story of the Who
Documentário de Murray Lerner que conta a história completa dos Who.

73º Dead Boys - Live! At CBGB OMFUG:1977
Registo filmado de uma actuação dos Dead Boys no histórico clube nova-iorquino CBGB.

PS - Lista pessoal elaborada no dia 20 de Abril de 2008, que inclui DVDs não formatados para a Região Europeia e exclui obras de ficção (exemplos: ‘biopics' ou musicais).

segunda-feira, 28 de julho de 2008

OUTRAS EXCITAÇÕES

Dispõem-se por ordem decrescente de preferências outros discos de obrigatória veneração...
Melvins, Nude with Boots (Southern, 2008)
Nude with Boots merece os melhores elogios. Segundo os códigos dos Melvins, claro. "Não recomendado para ouvidos susceptíveis". "Viagem mental à loucura". "Música perigosa". "Ensaio rock vertiginoso". E, já agora, "um dos álbuns de indie rock do ano".
Pode ler artigo desenvolvido no Cotonete.
Beck, Modern Guilt (XL, 2008)
Mais do que o complemento à maturidade ambientalista e cinematográfica revelada no óptimo Information. E ainda com o ritmo e aquela garra de rapazola imunes à passagem do tempo.

Pode ler artigo desenvolvido no Cotonete.
Primal Scream, Beautiful Future (B-Unique, 2008)
Continua explosivo o cocktail explosivo de sexo, drogas e rock & roll electrónico. A marca distinta do disco está inscrita no som mais adocicado de sensações frescas de brisa matinal de seis da manhã, de ressaca after-hours de uma festa louca.

Pode ler artigo desenvolvido no Cotonete.

sábado, 26 de julho de 2008

EXCITAÇÃO DE SEMANA: FLEET FOXES, «FLEET FOXES»

Há por aí uma espécie de rock de floresta, de êxodo urbano, que migra espiritualmente das grandes cidades para meios campestres mais agrestes e isolados. A música tem uma natureza eremita e uma identificação geográfica localizada nos estados americanos mais invernosos, daqueles que têm muitos lagos, casotas de madeira e neve: falamos do norte dos Estados Unidos e do Canadá.

O lado mais rude desta espécie é retratado pelos canadianos Black Mountain. O lado mais dócil está expresso pelos estado-unidenses Band of Horses. Mas o grandessíssimo álbum de estreia dos Fleet Foxes (o nome de "raposas velozes" do grupo é apropriado ao género) comprova progressos importantes quanto à referida espécie, que não se confinam a um território pop-rock mais rígido.

É até a esse plano mais firme e reconhecível que o álbum homónimo deste quinteto de Seattle dedica a sua primeira metade, e que bem o faz. Com essa primeira metade, o ASSUNTO poderia ficar arrumado quanto ao talento de composição de canções mais do que evidente dos Fleet Foxes.

'Sun It Rises' recebe uma belíssima nota introdutória de gospel, 'White Winter Hymnal' é abençoado por um tom natalício e as harmonias vocais plenas de alma são tudo neste disco e relembram que a voz é o instrumento mais catalisador de todos. Apesar destes exotismos, a primeira parte do disco compreende sons familiares, perfilhando os Fleet Foxes um deslumbramento (deslumbrante) de folk-rock que revê algumas dicas deixadas pelos Byrds, por Neil Young e, sobretudo, por Tim Buckley

Mas depois, com um golpe de uma asa denominado 'He Doesn't Know Why', e com outro golpe de outra asa (e logo a seguir outro, e outro e outro), o álbum larga terra firme e inicia um voo musical até a um plano fantástico. Afinal, o ASSUNTO opinativo sobre os Fleet Foxes não estava arrumado.

O diagnóstico inicial é esmagado por uma liberdade desmedida que toma de assalto a segunda metade do disco, com coros da dimensão transcendente à altura dos melhores Beach Boys mas com um charme de orvalho florestal que nada tem a ver com pranchas de surf, e registam-se ainda vocalizos ininterruptos que se sobrepõem 'ad eternum', melodias folk idílicas e sobredotadas, um uso luxuoso de sons pop radiosos e a utilização da voz do líder Robin Pecknold como se a mesma fosse um cristal frágil e valioso.

A perspectiva musical que delimita horizontes de "Fleet Foxes" faz deste álbum um clássico imediato desta década. Belíssimo, ofuscante e revelador. (Bella Union, 2008)
Artigo publicado no Cotonete, no dia 22 de Julho.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

AS MELHORES OBRAS DE SEMPRE EM DVD

Lista em contagem decrescente, inspirada num trabalho de selecção dos 50 melhores DVDs de música para votação que decorreu no Cotonete.
76º Siouxsie And The Banshees - Nocturne
Registo filmado de um concerto do grupo no Royal Albert Hall, em Londres, em 1983.


75º The Cramps - Live at Napa State Mental Hospital
Registo filmado lo-fi de uma actuação dos Cramps num manicómio norte-americano, em 1978.

PS - Lista pessoal elaborada no dia 20 de Abril de 2008, que inclui DVDs não formatados para a Região Europeia e exclui obras de ficção (exemplos: ‘biopics' ou musicais).

domingo, 20 de julho de 2008

ALMA DEVOTA

Entrou em passo de corrida no palco como um garoto. Só saiu três horas depois. Humorado e com a elegância de um cavalheiro à antiga, Leonard Cohen deu um concerto memorável no Passeio Marítimo de Algés. Muito para lá das expectativas.

sábado, 19 de julho de 2008

VOTO LEONARD COHEN

Não teria que haver escolha, mas vai ter que haver. Hoje voto no acontecimento (Leonard Cohen), não no concerto (Lou Reed).

Há mais de vinte anos Leonard Cohen juntou-se ao saxofonista Sonny Rollins. Foi assim...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

EXCITAÇÃO DA SEMANA: BON IVER, “FOR EMMA, FOREVER SONGS”


Bon Iver deixou repousar durante vários a fossa de uma separação conjugal. Esperou depois que um mal menor, como o fim da sua banda rock, o empurrasse para arriscar os meses da sua vida mais importantes numa reclusão eremita na floresta de um estado norte-americano onde faz frio a sério.
Depois, tudo o que ia naquela alma caótica encontrou uma súbita ordem em canções folk arrasadoras que têm tudo para encaixar nos gostos dos fãs de Will Oldham. “For Emma, Forever Songs” é corrido todo por um estado de sítio emocional argumentado por composições elásticas, falsetes empenhados e coros explosivos. (4AD, 2008)



Pode ler artigo desenvolvido no Cotonete.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

AS MELHORES OBRAS DE SEMPRE EM DVD

Lista em contagem decrescente, inspirada num trabalho de selecção dos 50 melhores DVDs de música para votação que decorreu no Cotonete.
78º Queen - Live At Wembley Stadium
Registo filmado do último concerto de Freddie Mercury com os Queen, em 1986.



77º The Doors - Soundstage Performances
Compilação de várias prestações televisivas dos Doors.



PS - Lista pessoal elaborada no dia 20 de Abril de 2008, que inclui DVDs não formatados para a Região Europeia e exclui obras de ficção (exemplos: ‘biopics' ou musicais).

terça-feira, 15 de julho de 2008

OPTIMUS ALIVE!: O RESCALDO PARTE II


Do Optimus Alive também gostei:
- do punk imperial dos Hives, com uma arrogância que lhes ficou bem.
- Dos breves 50 minutos de espirituais psicadélicos dos Spiritualized.
- Do caldeirão explosivo de disco, house, synth-pop e até de afrobeat dos Hercules & Love Affair que não precisaram de Antony (ilustre convidado do álbum de estreia).
- De ouvir as grandes canções electro-psicadélicas dos demasiado presos MGMT (na foto).
- Do público muito internacionalizado e curioso perante as novidades.
- Dos ambientes escaldantes na tenda do Metro On Stage.

Não gostei:
- do desequilíbrio entre o interessantíssimo 1º dia e os mais magros dias seguintes (apesar de Dylan, Young, Gossip e pouco mais).
- Do mau som do Metro On Stage – uma constante em todo o festival.
- Do excesso de barulho e de música por todo o lado.
- De esperar meia-hora para levantar uma acreditação, ainda por cima em hora prematura... Os jornalistas não vão em júbilo e têm horários a cumprir.
- De ver bloqueadas as entradas a milhares de pessoas à porta do recinto, durante uma eternidade, só porque estava do outro lado... Isaltino Morais e todo o seu staff.
Imagem youtube: Hives no Optimus.

domingo, 13 de julho de 2008

OPTIMUS ALIVE!: O RESCALDO


Bob Dylan e Neil Young foram dois pesos que desequilibraram este festival para um balanço muito favorável. Não faltaram outros motivos de interesse mas que somados saldam-se em assuntos miúdos perante a demonstração do poder daquelas duas lendas americanas, felizmente, ainda vivas. Bem vivas.
Dylan foi um supra-sumo de um perfeccionismo estético: um caldo muito norte-americano de blues, country, rock & roll e folk; uma banda de outro mundo; um som óptimo e uma luz intimista; e uma saúde artística com marca contemporânea bem assinalada por aquela recriação radical de clássicos.
Se Dylan foi o racional genial que acertou nos sons e mediu em cheio os detalhes, Neil Young foi o aventureiro arrasador. A americanidade de Young não é filtrada por um trabalho de laboratório de Einstein como Dylan. Essa americanidade de Young foi parar a Algés em estado mais abrupto e deixou danos ainda mais visíveis. Com uma inocência mais exposta que se nota até nos próprios dados decorativos: as telas que assinalavam cada tema que se tocava ou aquele efeito especial manhoso de subir e descer um boneco de construção demasiado artesanal com um microfone montado. Uma pureza apaixonante: o roadie velhinho de bigode farto que vai dar uma mãozinha no banjo, a esposa de Young que canta nos coros. E um poder de risco que faz de Young uma simultaneidade explosiva de tradicionalista e de experimentalista (como um autêntico Eusébio que conseguia ser ao mesmo tempo um nº10 e um ponta-de-lança). Carrega os melhores fantasmas da folk americana quando canta ao órgão e sozinho um “Mother Earth” perfeito para uma lua que se enchia e enchia o céu. Mas que mostra também que passa por ele a semente de um no-wave, de uns Sonic Youth, de uns My Bloody Valentine, ou de um movimento como o grunge, ouvindo-o como suja aquela guitarra e a solta, deixando-a viva quando abandona o palco, num ritual feedbacker que os sónicos e os shoegazers se apropriaram.
Quando a rendição há muito tinha acontecido, surgiu o momento do festival: durante o encore, Young agarra no respeitoso “A Day in the Life” (só a maior e mais complexa composição dos Beatles) e faz a sua subida transcendente até à categoria de monstro sagrado a que pertence. Foi arrepiante.
Neil Young, em Madrid, numa versão de "A Day in the Life" um bocadinho menos forte que a sentida em Lisboa.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

SADISMO?



Sadismo? Maldita coincidência? Maldita concorrência? Não andamos tão abonados para ter de repente estes dilemas.
Beck ou National? Do Parque Tejo ao Passeio Marítimo de Algés não vai um pulo, obriga a um longo passeio marítimo.
MGMT ou National? Vampire Weekend ou Spiritualized? Nem o próprio programa do Optimus Alive nos sossega.
E no fim-de-semana seguinte, que lenda escolher: Leonard Cohen ou Lou Reed? O Passeio Marítimo de Algés também não fica ao lado do Campo Pequeno.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

OUTRAS EXCITAÇÕES

Por ordem decrescente de preferências, seguem-se outras excitações.

Sigur Rós - Með Suð Í Eyrum Við Spilum Endalaust (EMI/XL, 2008)
Suave como Takk (2005), bonito como sempre. Ainda não merecem sair de cena.
Pode ler artigo desenvolvido no Cotonete.

dEUS - Vantage Point (V2/Cooperative Music, 2008)
A banda belga recupera a química e o prazer de tocar, com doses interessantes de electro-pop naquele rock híbrido meio Velvets, meio Captain Beefheart.
Pode ler artigo desenvolvido no Cotonete.

Neil Diamond – Home Before Dark (Columbia, 2008)
Segundo capítulo da relação entre o produtor Rick Rubin e o cantautor Neil Diamond a dar frutos em mais uma lúcida colheita de canções simples.
Pode ler artigo desenvolvido no Cotonete.

sábado, 5 de julho de 2008

EXCITAÇÃO RECENTE: N*E*R*D, «SEEING SOUNDS»


Continua em grande aquele serpenteado hábil e fragmentado entre os vários géneros da música urbana. O rock vai-se metendo em todo o lado: nos temas mais hip hop, nos mais soul, nos mais r&b.
O trio de Pharell Williams volta a provar por que razão é ainda um dos ícones do rap-rock. (Polydor, 2008)
Pode ler artigo desenvolvido no site Cotonete.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

AS MELHORES OBRAS DE SEMPRE EM DVD

Lista em contagem decrescente, inspirada num trabalho de selecção dos 50 melhores DVDs de música para votação que decorreu no Cotonete.

79º Vários - The Concert for Bangladesh
Registo filmado do evento humanitário The Concert for Bangladesh, dinamizado por George Harrison em 1971.



80º Gorillaz Demon Days Live at Manchester
Registo filmado de um concerto dos Gorilllaz em 2006.


PS - Lista pessoal elaborada no dia 20 de Abril de 2008, que inclui DVDs não formatados para a Região Europeia e exclui obras de ficção (exemplos: ‘biopics' ou musicais).

AS MELHORES OBRAS DE SEMPRE EM DVD

Lista até ao momento...

81º Ella Fitzgerald - Live in '57 and '63

82º Bob Dylan – The Other Side of the Mirror

83º Duran Duran - Greatest - The DVD

84º James Brown - Live at Chastain Park

85º The Wire – Scottish Play: 2004

86º Dead Kennedys - The Early Years Live

87º Nick Cave & The Bad Seeds – The Videos

88º Curtis Mayfield - Live at Ronnie Scott's

89º The Clash - Westway to the World

90º Duke Ellington - Jazz Icons: Duke Ellington Live in '58

91º Wu-Tang Clan - The Legend of the Wu-Tang - The Videos

92º Stevie Wonder - Live In Japan, 1982

93º Van Morrison - Live at Montreux 1980 and 1974

94º Dizzie Gillespie - Jazz Icons: Live in '58 & '70

95º Fela Kuti - Music Is the Weapon

96º Neil Young & Crazy Horse - Year of the Horse

97º Dead Can Dance - Toward The Within

98º Miles Davis – Miles Electric: a Different Kind of Blue

99º PJ Harvey - On Tour - Please Leave Quietly

100º Minor Threat - DC Space / Buff Hall / 9:30 Club

Sonic Youth no Campo Pequeno


Não estava lá, não estava lá. Demasiado entretido a estudar para os exames de admissão no ensino superior. Mas suficientemente crescido para dar conta do que estava a acontecer. Ouvi dizer que os Sonic Youth "deram cabo daquilo". Arrependi-me.

Volto a arrepender-me quando vejo o depósito impressionante de imagens daquele concerto em 1993 - o primeiro de sempre da banda de Thurston More em Portugal.


terça-feira, 1 de julho de 2008

Muda-se o endereço, não se muda a vontade

Após longo impasse técnico, a vida de bloguer segue dentro de momentos.