sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

AVENIDA DE LIBERDADES


Super Bock em Stock
Pareceu-me ter vingado bem o novo conceito deste festival estreante, que estimulou um corrupio deveras excitante entre várias salas do coração da cidade, mais concretamente na Avenida da Liberdade, entre as noves horas da noite e a uma da manhã.
Pasmei positivamente com o esvaziamento de cadeiras da sala 2 do S. Jorge; achei graça àquele charme londrino de recuperar salas antigas para a música; redescobri com olhos de adulto um teatro pequenino, o Variedades (no Parque Mayer), que no meu corpinho de 7 anos me parecia tão grande aquando de uma visita de estudo de 2ª classe.
A música deixou-me de barriga cheia por esse animado périplo que apenas deixou de fora o carismático clube Maxime. Saí do festival como um português mais orgulhoso, com o presente (os Pontos Negros) e o futuro (os DoisMileOito) do rock nacional. Mas acima de tudo convencido com a óptima forma desse grande ícone da pop nacional chamado Rui Reininho – provocador, swingante, humorado e outra vez tão motivado.
Da neo-zelandesa Ladyhawke, guardo a memória de uma potencial fábrica de êxitos electro-pop. Da sueca Lykke Li, um sentido de palco emancipado à sua idade de 22. De Marcelo Camelo (dos Los Hermanos), a bossanova bucólica e poética. Dos Walkmen, o estado bipolar de um cavalo digno de alguma fábula (arrasadoramente selvagem, comoventemente terno).
E será permitido tirar o chapéu a um organizador gigante, já que o mesmo correu o risco e teve a iniciativa? O louvor a quem de direito: a Música no Coração.
Nas fotos: Lykke Li (em cima) e Rui Reininho.

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