sábado, 26 de setembro de 2009

EXCITAÇÃO DA SEMANA: THE XX, «XX»


Os jovens XX obedecem ao mesmo minimalismo simples dos inesquecíveis Young Marble Giants. A guitarra é fanhosa e a caixa de ritmos apoia-se em sequências básicas. As distracções oferecidas pelas estrutura instrumental de aprendiz dos XX são também reduzidas ao mínimo. O foco é, deliberadamente, a canção, e grandes virtuosismos técnicos são proibidos.

Mas desenganem-se aqueles que esperam dos XX o comportamento de meros bons alunos da escola Young Marble Giants. Há ali uma indisciplina face aos mestres bastante recomendável.

XX não é só um tratado por si mesmo. É também um tratado de paz improvável entre o indie pop mais doméstico e o r&b dançarino e festivo. (Rough Trade, 2009)

Pode ler artigo desenvolvido no Cotonete.

domingo, 13 de setembro de 2009

EXCITAÇÃO DA SEMANA: SUNSET RUBDOWN, «DRAGONSLAYER»

Se os Interpol fossem bons, seriam como os Sunset Rubdown. As limitadas contas matemáticas dos primeiros são demasiado pequenas quando comparadas com a largueza da imprevisibilidade dos segundos. Esteticamente, são dois projectos mais vizinhos que amigos. O duelo entre matemática e arte mal chega a começar.
Ao leme dos Sunset Rubdown está o multi-instrumentista Spencer Krug, uma das personalidades mais activas da cena de Montreal - também visto nos mais que recomendáveis Wolf Parade, mas a colecção de projectos paralelos de Krug não se fica por aqui...
O quarto álbum deste colectivo canadiano, Dragonslayer, é uma espécie de ilha autónoma e independentista, culturalmente descendente dos Triffids e dos New Pornographers. Cada canção é de uma generosidade gigante em argumentos, e quando já ficaríamos contentes pela metade, não acreditamos que há ainda outra: um fôlego criativo de extensão hercúlea com espaço para um rematezinho mais aveludado que ficou por dar nos Joy Division.
Entretanto, a interpretação vocal de Spencer Krug já não cabe no sector da música, está ali numa dimensão teatral dramática.
Se tiver urgência em encontrar génio no estafado mundo do pop-rock, pare neste disco depressa. (Jagjaguwar, 2009)



domingo, 6 de setembro de 2009

OS 100 MELHORES ÁLBUNS DOS ANOS 90

Em notas meramente pessoais e em mini-sinopses.
90º Chemical Brothers – Exit Planet Dust (Astralwerks, 1995)
O álbum certo feito no momento certo. Parte da revolução do big beat passou por esta rodela de electrónica com tanto rock & roll no nervo.

3 músicas a ouvir: “Life Is Sweet”, “Leave Home”, “In Dust We Trust”.

89º Laurie Anderson – Bright Red (1994)
O ponto perfeito entre ritmo e filosofia, corpo e cérebro, espectáculo e intelecto. Mais do que um álbum, Bright Red é um livro sem páginas.

3 músicas a ouvir: "Beautiful Pea Green Boat", "Speak My Language", "World Without End".

PS – Lista pessoal elaborada em Abril e Maio de 2009.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

NO MEU CINEMA: «SACANAS SEM LEI», de QUENTIN TARANTINO


Um filme da II Guerra Mundial com Spaghetti, por favor! Servido com aquela pitada de humor do costume.
Há mais grandes momentos do que a constatação deste ser um grande filme. E talvez não existam aqueles golpes de asa de filmes de Tarantino (os primeiros) como Cães Danados e Pulp Fiction. Mas o hipnotismo do grande cinema é uma benção de Sacanas Sem Lei... Com a ajuda da grande interpretação de Cristoph Waltz no papel de caça-judeus nazi.